CASOS CLÍNICOS 2


METABOLISMO DO HEME E DO FERRO



DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA


PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO






SOBRECARGA DE FERRO E INFECÇÃO

Se um indivíduo receber uma sobrecarga de ferro por qualquer causa, o valor de transferrina no soro pode estar próximo da saturação com ferro, tornando disponíveis pequenas quantidades de ferro livre no soro. Microrganismos que geralmente são não-patogênicos, porque são ferro dependentes e não podem competir com transferrina parcialmente saturada no indivíduo normal, podem agora ficar patogênicos nestas circunstâncias. Por exemplo, Vibrio vulnificus, um halófilo marinho, é encontrado em uma pequena porcentagem de ostras e mariscos comerciais. Indivíduos com sobrecarga de ferro podem desenvolver uma infecção de progressão rápida, com morte ocorrendo em 24 h após a ingestão do alimento contaminado, enquanto indivíduos normais consumindo o mesmo alimento não apresentam nenhum sintoma.

 

 

PATOGENICIDADE MICROBIANA E FERRO 

Bactérias requerem ferro para crescimento, secretando compostos de baixo pelo molecular, os sideróforos, que ligam fortemente o metal e trazem o complexo do metal para o microrganismo. Entretanto, como observado na Correlação Clínica 21.1, a ligação forte com transferrina geralmente torna ferro não-disponível, a menos que a proteína esteja saturada, com excesso de metal livre presente. Entretanto, se acidose ocorrer, a queda no pH reduz muito a afinidade de transferrina pelo metal. Esta é uma das muitas características relevantes à susceptibilidade aumentada a infecções em diabetes mellitus. Uma fonte diferente de ferro é utilizada por Staphylococcus aureus. Este micróbio secreta uma hemolisina, rompendo a membrana de alguns poucos eritrócitos. A hemoglobina liberada gera heme livre, que é transportado para o coccus, onde enzimas bacterianas parecidas com heme oxigenase liberam ferro livre.


 

SÍNTESE DO GRUPO FERRO-ENXOFRE E DOENÇA HUMANA

Grupos (clusters) ferro-enxofre são sintetizados na mitocôndria e exportados para o citosol, um processo pouco conhecido envolvendo chaperones mitocondriais e outras proteínas, algumas com função ainda desconhecida. Uma mutação no gene do transportador humano ABC7 leva a uma forma de anemia sideroblástica, ligada ao cromossomo X, observada em pacientes com marcha anormal (ataxia cerebelar) e com desenvolvimento deficiente de proteínas ferro-enxofre citosólicas.

 


ATAXIA DE FRIEDREICH

Frataxina é uma proteína mitocondrial de função desconhecida, cujas mutações levam à doença ataxia de Friedreich, associada com marcada redução na concentração desta proteína. Frataxina é possivelmente necessária para formação de grupos ferro-enxofre. A doença é caracterizada por marcadas anomalias de marcha, insuficiência do músculo cardíaco e diabetes. Há grande aumento no acúmulo mitocondrial de ferro; entretanto, O ferro não é facilmente quelável. Nesta condição, uma expansão do triplete GAA, às vezes de mais de 1.000 vezes, no íntron 1 da frataxina é a causa da condição em cerca de 98% dos casos. Nenhuma anemia é observada nessa doença.



ABSORÇÃO DUODENAL DE FERRO

Ferro é provavelmente absorvido de três formas do lúmen intestinal para a mucosa do duodeno: como íon ferroso, como íon férrico e como heme. O mecanismo de absorção do heme é desconhecido. O íon ferroso liga-se a uma proteína transmembrânica, o transportador 1 de metal divalente (DMT 1), também conhecida como transportador 1 de cátion divalente (DOT 1) ou como proteína 2 de macrófago associada à resistência natural (Nramp 2). A transferência de ferro depende de um mecanismo acoplado a próton. Esta proteína é capaz de transportar outros metais como zinco, manganês, cobalto, cádmio e chumbo. O membro original desta família de proteínas, chamado Nramp, foi descoberto em macrófagos. Evidências recentes sugerem que a função da última proteína é apresentar ferro para o macrófago, permitindo que a célula realize importantes funções redox na resistência do hospedeiro. O gene de DMT 1 contém 17 éxons. O mRNA pode sofrer splicing alternativo na extremidade 3’, incluindo diferentes regiões 3'-não-traduzidas. Uma forma contém um único elemento de resposta ao ferro 3’, indicando que controle pós-transcripcional é possível para expressão. Postula-se que uma ferrirredutase esteja intimamente associada com DMT 1.

 

No estado de deprivação de ferro, a concentração de DMT 1 aumenta. O significado da absorção de ferro férrico é controverso. Mucina no lúmen duodenal ajuda a solubilizar íons férricos, com apresentação do metal para uma integrina, uma proteína trans-membrânica consistindo de um heterodímero de 230 kDa. A superfície citosólica da integrina interage com uma proteína solúvel de 56 kDa conhecida como mobilferrina. A integrina transfere o ferro da  superfície luminal para a citoplasmática da célula, mobilferrina atua como um transportador citoplasmático de ferro, transferindo-o para ferritina citosólica ou para o pólo oposto da célula. Mobilferrina responde à deprivação de ferro não aumentando sua concentração, mas movendo-se do citoplasma para as microvilosidades, ficando assim mais próxima do local de influxo de ferro. Uma proteína transmembrânica, ferroportina 1, na superfície basolateral da célula da mucosa transfere ferro do citosol e através do endotélio para transferrina e, assim, atua como um exportador de ferro. O mRNA desta proteína tem um IRE na região 5’-não-traduzida. Um alto nível de expressão desta proteína também é observado nas células de Kupffer e nos macrófagos. Ferroportina 1 transfere íons ferroso. Está intimamente associada com uma segunda proteína, hefaestina, que é homóloga à ceruloplasmina; assume-se que hefaestina atue como uma ferroxidase, convertendo o íon ferroso na forma férrico e permitindo sua incorporação à transferrina. As diferentes localizações dos IREs em DMT 1 e ferroportina 1 parecem ser contraprodutivas, uma vez que seria de se esperar que ambas fossem reguladas positiva ou negativamente de forma coordenada. A função aparente de ambas as proteínas é controlar a apresentação de ferro para transferrina. Entretanto, em qualquer estado de ferro, um RNA mensageiro seria estabilizado, enquanto o outro seria inibido. Este ponto pode ser resolvido pela sugestão de que interação de hepcifina com ferroportina, facilitando a degradação da última, pode ser a característica de controle mais importante.

 

 

ELEMENTO DE RESPOSTA AO FERRO MUTANTE

Mutações simples foram descritas no segmento de alça do elemento de resposta ao ferro do mRNA da cadeia leve da ferritina, com uma quantidade aumentada de apoferritina sendo sintetizada, mas sem um aumento no ferro total do corpo. Esta mutação leva a uma afinidade 28 vezes menor para IRP-1, em um caso. O conteúdo de L-ferritina do cristalino pode aumentar nove vezes em comparação ao conteúdo no cristalino de indivíduos controles. Como conseqüência, cristais de cadeias leves puras de ferritina aparecem no cristalino, levando a catarata. A síntese muito aumentada de ferritina no cristalino pode levar a uma quantidade aumentada de reações catalisadas por ferro, com dano lenticular oxidativo muito bem descrito. Uma mutação numa família japonesa ocorre no IRE do mRNA da cadeia H da ferritina, com um marcado aumento na afinidade por IRP. O seqüestro de IRPs leva à síntese diminuída de cadeia H e síntese aumentada de cadeia L. Esta condição está associada com aumento significativo no conteúdo de ferro do corpo, mas aparentemente sem evidência de catarata.

 


CASOS CLÍNICOS 1


DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA


PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO






1. Pentosúria: Deficiência de Xilitol Desidrogenase

A via de oxidação do ácido glucurônico parece não ser essencial para o metabolismo humano de carboidratos, uma vez que indivíduos nos quais a via está bloqueada, não sofrem nenhum efeito.

Uma variação metabólica, chamada pentosúria idiopática, resulta de atividade reduzida da L-xilulose redutase NADP-ligada, que reduz xilulose a xilitol. Assim, indivíduos afetados excretam grandes quantidades de pentose na urina, especialmente após ingestão de ácido glucurônico.

 



2. Ácido Glucurônico: Significado Fisiológico da Estação de Glucuronídeos

O significado biológico do ácido glucurônico inclui conjugação com certas substâncias endógenas e exógenas para formar glucuronídeos, em uma reação catalisada por UDP-glucuroniltransferase. Conjugação com ácido glucurônico produz um composto fortemente acídico, que é mais solúvel em água no pH fisiológico do que seu precursor e, portanto, pode aumentar seu transporte ou excreção. A formação de glucuronídeo é importante em desintoxicação de drogas, excreção de esteróides e metabolismo de bilirrubina. Bilirrubina é o principal produto metabólico de quebra do heme, o grupo prostético da hemoglobina. A etapa central em sua excreção é conjugação com ácido glucurônico pela UDP-glucuronosiltransferase. Esta enzima pode levar de vários dias a duas semanas após o nascimento para se tornar completamente ativa no homem. A assim chamada “icterícia fisiológica do recém-nascido” resulta, na maioria dos casos, da incapacidade de o fígado do recém-nascido formar glucuronídeo de bilirrubina a uma velocidade comparável à da produção de bilirrubina.

A cepa mutante de ratos Wistar “Gunn” tem uma deficiência de UDP-glucuronosiltransferase, que resulta em hiperbilirrubinemia hereditária. No homem, um defeito semelhante ocorre na icterícia não-hemolítica congênita familiar (síndrome de Crigler-Najjar), na qual os pacientes são incapazes de conjugar eficientemente compostos exógenos com ácido glucurônico.




3. Substâncias dos Grupos Sanguíneos

A superfície dos eritrócitos humanos é coberta por um complexo mosaico de determinantes antigênicos específicos, muitos dos quais são polissacaríteos complexos. Há cerca de 100 determinantes de grupos sanguíneos, pertencentes a 21 sistemas de grupos sanguíneos independentes.

Os mais estudados são os do sistema ABO de grupos sanguíneos e do sistema Lewis, estreitamente relacionado. Variação genética é alcançada por glicosiltransferases específicas, responsáveis pela síntese dos determinantes heterossacarídicos. O gene H codifica uma fucosiltransferase, que adiciona fucose a uma galactose periférica do heterossacarídeo precursor. O alelo A codifica uma N-acetilgalactosamina glicosiltransferase, o alelo B codifica uma galactosiltransferase, e o alelo O codifica uma proteína inativa. Os açúcares transferidos pelas enzimas A e B são adicionados ao oligossacarídeo H-específico. O gene Lewis (Le) codifica outra fucosiltransferase, que adiciona fucose a um resíduo periférico de N-acetilglucosamina do precursor. Ausência do produto do gene H dá origem ao determinante Le específico, enquanto ausência de ambas as enzimas H e Le é responsável pela especificidade. Elucidação das estruturas desses oligossacarídeos determinantes representa um marco na química de carboidratos. Este conhecimento é essencial para práticas de transfusão de sangue e para propósitos legais e históricos. Por exemplo, pó de tecidos contendo carboidratos complexos foi utilizado em análises sorológicas para estabelecer o grupo sangiíneo de Tutankhamen e de seus prováveis ancestrais.

 

 

 

4. Carboidrato Marcador Comum de Direcionamento Lisossomal e Doença da Célula I

Doença da célula I, assim chamada em função dos grandes corpos de inclusão presentes em células em cultura dos pacientes, caracteriza-se por sinais clínicos e radiológicos graves, incluindo deslocamentos congênitos, deformidades torácicas, hérnia, restrição de mobilidade articular e retardo no desenvolvimento psicomotor. Essa doença congênita rara e fatal forneceu a primeira conexão entre biossíntese de glicoproteínas e doença humana. Função lisossomal é defectiva porque o conteúdo de hidrolases ácidas é baixo, devido a uma incapacidade de gerar o resíduo de man-6-P. Sem esse marcador específico, as hidrolases ácidas não são direcionadas aos lisossomos, mas são secretadas no meio extracelular. Na maioria dos pacientes, a GIcNAc fosfotransferase, que adiciona o resíduo de N-acetilglucosamina 6-fosfato, está defeituosa.

 



5. Aspartilglicosilaminúria: Ausência de 4-L-Aspartilglicosamina Amido-hidrolase

Alguns erros inatos do metabolismo humano envolvem acúmulo de glicolipídeos, glicopeptídeos, mucopolissacarídeos e heteroligossacarídeos. Essas doenças são causadas por defeitos na atividade de glicosidases lisossomais, o que impedem o catabolismo de oligossacarídeos. Envolvem acúmulo gradual, em tecidos e urina, de compostos derivados de degradação incompleta de oligossacarídeos, e podem ser acompanhadas de anomalias esquélicas, hepato-esplenomegalia, catarata ou retardo mental. Um defeito no catabolismo de oligossacarídeos asparagina-N-acetilglucosamina-ligado leva a aspartilglicosilaminúria, na qual uma deficiência de 4-L-aspartilglicosilamina amido-hidrolase permite acúmulo de estruturas aspartilglicosamina-ligadas. Outras doenças envolvem acúmulo de oligossacarídeos derivados de ambos glicoproteínas e glicolipídeos, que compartilham estruturas de oligossacarídeos semelhantes.

 

 


6. Doenças de Glicolipídeos

Um grupo de doenças genéticas humanas surge de deficiências em hidrolases, que agem predominantemente em substratos glicolipídicos, resultando em acúmulo de produtos de glicolipídeos e gangliosídeos. Os sintomas clínicos associados a cada um dos glicoconjugados podem variar muito. Entretanto, devido à preponderância de lipídeos no sistema nervoso, tais doenças frequentemente têm neurodegeneração associada e severa deterioração mental e motora.

 


 

7. Heparina é um Anticoagulante

Heparina é um glicosaminoglicano sulfatado de ocorrência natural, que é usado para reduzir a tendência à coagulação de pacientes. Tanto in vivo como in vitro, heparina impede a ativação de fatores da coagulação por se ligar com um inibidor do processo de coagulação. O inibidor é antitrombina III, um inibidor plasmático protéico de serino proteases. Na ausência de heparina, a antitrombina III combina-se lentamente (10-30 min.) com vários fatores de coagulação, formando complexos desprovidos de atividade proteolítica; em presença de heparina, complexos inativos são formados em poucos segundos. Antitrombina III contém um resíduo de arginina que se combina com a serina do sítio ativo dos fatores Xa e IXa; assim, a inibição é estequiométrica. Deficiência heterozigótica de antitrombina III resulta em risco aumentado de trombose venosa e resistência à ação da heparina

 

 

 

8. Condrodistrofias Devidas a Defeitos de Sulfatação

Sulfatação é uma modificação essencial dos glicosaminoglicanos nas várias famílias de proteoglicanos. O processo de sulfatação envolve transporte de sulfato inorgânico para dentro da célula via transportadores da membrana plasmática, sua transformação em fosfoadenosilfosfosultato (PAPS) via um processo de duas etapas catalisado pela PAPS sintetase no citosol e, depois, utilização por sulfotransferases citosólicas ou transporte de PAPS do citosol para o complexo de Golgi para utilização por um elenco de sulfotransferases luminais. Três doenças autossômicas recessivas, displasia diastrófica (DTD), atelosteogênese tipo II (AOII) e acondro-genesia tipo 1B (ACG-1B), resultam de mutações no gene DTDST que codifica um transportador de sulfato. Pacientes com DTD apresentam baixa estatura desproporcional e displasia articular generalizada, mas geralmente têm tempo de vida normal;

ACG-1B é caracterizada por extremidades e tronco muito curtos; AOII é uma condrodisplasia letal perinatal. Doenças genéticas que se devem a defeitos na síntese de PAPS pela sulfurilase/quinase bifuncional (PAPS sintetase) foram identificados tanto em animais (p. ex., o camundongo braquimórfico que apresenta uma severa alteração de crescimento, resultando em tronco e membros extremamente curtos e crânio pequeno) como no homem [ie., displasia espondiloepimetafiseal (tipo Pakistani) caracterizada por membros inferiores curtos e arqueados, articulações dos joelhos aumentadas e início prematuro de doença articular degenerativa]. Essas mutações demonstram claramente a importância desta modificação pós-tradução para o funcionamento dos proteoglicanos, especialmente no desenvolvimento e na manutenção do sistema esquelético.

 

 

9. Mucopolissacaridoses

Doenças genéticas humanas caracterizadas por acúmulo e excreção aumentados de oligossacarídeos de proteoglicanos são as mucopolissacaridoses. Elas resultam de deficiência de uma ou mais hidrolases lisossomais, que são responsáveis pela degradação de dermatam e/ou heparam sulfato. Síndrome de Hurler e síndrome de Sanfilippo são autossômicas recessivas, enquanto a síndrome de Hunter é ligada ao X. As síndromes de Hurler e de Hunter são caracterizadas por anomalias esqueléticas e retardo mental que, em casos graves, podem resultar em morte prematura. Em contraste, na síndrome de Sanfilippo  os defeitos físicos são relativamente leves, enquanto o retardo mental é severo. Coletivamente, a incidência das mucopolissacaridoses é 1 por 30.000 nascimentos. Deficiência de sulfatases múltiplas (MSD) é caracterizada por atividade diminuída de todas as sulfatases conhecidas. Evidências recentes sugerem que uma modificação co- ou pós-tradução de uma cisteína para ácido 2-amino-3-oxopropiônico é necessária para sulfatases ativas, e que uma falta dessa modificação resulta em MSD. Essas doenças podem ser detectadas por diagnóstico pré-natal, uma vez que o padrão metabólico das células afetadas obtidas do líquido amniótico é muito diferente do normal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 




 AULA PRÁTICA: TESTE DE GLICEMIA (VÍDEO)


DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA


PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO












 AULA PRÁTICA: PROVA DO LAÇO


DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA


PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO

 

Objetivo: Determinar a fragilidade capilar como diagnóstico complementar de doenças hemorrágicas e para avaliação de paciente que irão se submeter a cirurgias (pré-operatório).


Princípio: Sobre uma pressão constante os vasos fragilizados se rompem, extravasando sangue para o espaço extra vascular (hemorragia), formando pequenas manchas vermelhas, caracterizados como petéquias.


Material: Aparelho de medir de pressão, cronômetro, caneta azul.

Método: Para fazer o teste da prova do laço deve-se desenhar, no antebraço, um quadrado com uma área de 2,5 x 2,5 cm e depois seguir estes passos:

1. Avaliar a pressão arterial da pessoa com o esfigmomanômetro;


2. Insuflar novamente o manguito do esfigmomanômetro até ao valor médio entre a pressão máxima e a mínima. Para saber o valor médio é preciso somar a Pressão Arterial Máxima com a Pressão Arterial Mínima e depois dividir por 2. Por exemplo, se o valor de pressão arterial for 120x80, deve-se insuflar o manguito até os 100 mmHg;


3. Esperar 5 minutos com o manguito insuflado na mesma pressão;

4. Desinsuflar e retirar o manguito, depois dos 5 minutos;

5. Deixar o sangue circular por pelo menos 2 minutos. Por fim, deve-se avaliar a quantidade de pontos avermelhados, chamados de petéquias, dentro do quadrado na pele para saber qual o resultado do teste.

 

 


 AULA PRÁTICA: TEMPO DE SANGRAMENTO


DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA


PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO


 

Objetivo: Demonstrar o tempo de sangramento indicativo de alteração nas plaquetas.

Princípio: Esse exame é normalmente solicitado como forma de complementar os outros exames e é útil para detectar qualquer alteração nas plaquetas e é feito por meio da realização de um pequeno furo na orelha, que corresponda à técnica de Duke, ou de um corte realizado no antebraço, chamada de técnica de Ivy, e, a seguir, contagem do tempo em que há o estancamento do sangramento.

Material: Lanceta; papel de filtro ou papel toalha; cronômetro; algodão; álcool 70%.

Método: Para fazer a técnica de Ivy, é aplicada pressão no braço do paciente e, em seguida, é feito um pequeno corte no local. No caso da técnica de Duke, o furo na orelha é feito por meio de uma lanceta ou um estilete descartável. Em ambos os casos, o sangramento é avaliado a cada 30 segundos por meio de um papel filtro, que absorve o sangue do local. O teste tem fim quando o papel filtro não absorve mais o sangue.

 

Interpretação:

Após a realização do furo, o médico ou técnico responsável pelo exame contabiliza o tempo que o sangue coagula e monitora por meio de um papel filtro que absorve o sangue do local. Quando o papel filtro não absorve mais o sangue, o teste é terminado. Caso o exame tenha sido feito por meio da Técnica de Ivy, que é a do braço, o tempo normal de sangramento é entre 6 e 9 minutos. No caso da técnica de Duke, que é a da orelha, o tempo normal de sangramento é entre 1 e 3 minutos.


Comentário:

Na aula prática com os alunos de enfermagem, duas pessoas se voluntariaram para testar o tempo de sangramento, cada qual para a técnica de Ivy e técnica de Duke. Na primeira voluntária, foi usada primeiramente a técnica de Ivy, onde usou-se álcool 70% e uma bola de algodão para higienização e assepsia da região a ser perfurada, que no caso foi a extremidade do dedo indicador. Logo após foi usado um objeto semelhante a uma caneta que tem em seu interior uma agulha para fazer a perfuração e observou-se o sangramento e previamente se usou o papel absorvente para reter o sangue em questão; utilizou-se desse método até que o sangue parasse por completo e o tempo exato em que ocorreu tal evento foram de 2 minutos.

Para o segundo voluntário, utilizou-se a segunda técnica, onde foi-se realizado os mesmos cuidados de higienização e assepsia e obteve-se como resultado de estancamento de sangue em exatos 1 minuto e 13 segundos.


 


AULA PRÁTICA: COLETA DE SANGUE VENOSO


DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA


PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO



Objetivo: Coletar sangue venoso para realizar exames laboratoriais


Princípio: Indispensável na maioria dos diagnósticos, a coleta de sangue venoso é fundamental para identificar processos patológicos. O teste de laboratório com amostra de sangue é decisivo na tomada de decisão do médico, que pode indicar o tratamento correto para o problema.


Os exames laboratoriais com coleta de sangue têm o objetivo de diagnosticar, monitorar ou acompanhar o tratamento de uma doença, e são realizados por solicitação médica. Para garantir a qualidade e a confiabilidade dos resultados, é preciso que haja padronização dos processos e controle de qualidade, incluindo a aquisição de materiais para coleta de sangue.


Material: Os materiais médicos necessários são: 1 par de luvas de procedimento; 2 bolas de algodão; 5 mL de álcool a 70%; 1 scalp nº 21 ou 23, ou agulha 30x06 ou 30x07; 1 garrote; uma seringa de 10 mL e tubos para a coleta de sangue de acordo com o pedido médico.


Método: Antes de iniciar o procedimento, o profissional deve orientar o paciente sobre a coleta de sangue venoso e explicar como será feita. Em seguida, deve-se analisar o tubo da amostra de sangue, identificando o nome e o documento do paciente, a data e a hora do exame.
Após verificar se os materiais hospitalares estão todos em conformidade, deve-se higienizar as mãos e calçar as luvas de procedimento. Em seguida, posicionar o paciente sentado em uma poltrona com encosto e descanso para os membros superiores. O braço dele deverá estar sobre o descanso da cadeira, inclinado para baixo e estendido, sendo que o cotovelo não pode estar dobrado.

Em seguida, realiza-se a assepsia do local da veia para a coleta de sangue a vácuo. A assepsia deve ser feita com movimentos circulares do centro para fora, com a utilização do antisséptico e uma gaze, deixando secar por 30 segundos, sem abanar nem soprar, além de não tocar mais no local.

Use um torniquete livre de látex para garrotear o paciente, posicionando-o de 7,5 a 10 cm acima do local escolhido para a punção. Tome cuidado para não apertar excessivamente ou exceder um minuto. Após a coleta de sangue com seringa, o material é colocado em tubos para coleta previamente identificados e encaminhado junto do pedido ao laboratório.



 

DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA



PROF. DR. LUIS CARLOS F. CARVALHO



AULA PRÁTICA 1: INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA


DATA: 26/04/2022




DISCENTES:

Ana Gabriela
Juan Pablo
Kaio Samuel
Kyara Leal
Laís Gonçalves
Letícia Lima Nascimento
Marcos Vinícius




Na aula prática 1 da disciplina de Bioquímica, conhecemos os equipamentos que podem ser utilizados nos processos dentro do laboratório, dentre eles, os principais: centrífuga, agitador de tubo e balança semi analítica. Além disso, vimos todas as vidrarias que auxiliam em tais práticas, como a proveta, o gral, o balão volumétrico, as ampolas de decantação e muitos outros aparatos, ilustrados logo a baixo.

 
















Preparo de Soro Fisiológico


Objetivo: Preparar a solução fisiológica

Princípio: O soro fisiológico é uma solução salina, isotônica em relação aos líquidos corporais, estéril e com aplicação em medicina. Contém 0,9% de NaCl (cloreto de sódio) em massa, dissolvidos em água destilada, ou seja, em 100ml de solução aquosa encontram-se presentes 0,9g do sal. Desta forma, a cada 100ml de soro fisiológico, 0,354g de Na+ (sódio) e 0,546g de Cl- (cloro) estarão contidos, em um pH igual a 6,0.

Material: Cloreto de sódio, balança semi-analítica, espátula, erlenmayer de 250ml

Método: Calcular a massa do sal (cloreto de sódio) equivalente para se preparar 150ml da solução, pesar, adicionar no frasco e completar o volume com água destilada para 150ml, agitar para dissolver, transferir para um frasco, rotular e guardar a temperatura ambiente.

Procedimentos:

Preparo de Solução Fisiológica: Pesar 0,85g de cloreto de sódio e diluir em água destilada, para formar a solução.

Na prática aplicada, produzimos o soro fisiológico - solução isotônica em relação aos líquidos corporais, que possui 0,85% de cloreto de sódio (NaCl) em água destilada. 








Questões


1. Em termos de Molaridade, qual a concentração do cloreto de sódio na solução?

0,85g

2. Na prática, como posso constatar que a solução mantém o meio isotônico?

O Meio é isotônico quando dois meios possuem a mesma concentração de espécies químicas.

3. Após preparo da solução, que procedimento deve ser tomado para o uso adequado em aplicações parenteral?

Geralmente, o soro fisiológico é usado em grandes volumes para fazer infusão na veia em hospitais nos casos de diminuição de líquidos ou sal no organismo ou em pequenas quantidades para diluir remédios para serem aplicados na veia ou no músculo.

Além disso, o soro fisiológico 0,85% pode ser usado para fazer limpeza de feridas, lavar os olhos ou para fazer nebulizações, por exemplo, sendo vendido em farmácias, drogarias ou supermercados e comprado sem receita médica.

4. Quanto devemos pesar do sal (cloreto de sódio) para se preparar 500ml do soro fisiológico?  

4,25g de cloreto de sódio

5. Qual o volume que devo tomar de uma solução hipertônica de NaCl a 5M para se preparar 500ml de soro fisiológico?


6. Por que não é necessário aquecer a solução para ocorrer completa dissolução?

Porque o processo da dissolução ocorre naturalmente, em temperatura ambiente. As moléculas do solvente se envolvem com as partículas de sólidos do soluto, dissolvendo-os. Porém, com uma temperatura mais elevada, facilita ainda mais o processo, tornando maior a dissolução.













 


 


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